sábado, 11 de julho de 2009


São sempre os mesmos a atraiçoar os açorianos.
Em pouco tempo, três provas disso:
Primeiro, tiraram a expressão "povo açoriano" do Estatuto Político-Administrativo dos Açores.
Coisa que não é de somenos - nem uma mera questão metafísica -, por ter implicações muito importantes na desejada consagração dos direitos políticos dos açorianos, incluindo os que não residem permanentemente no arquipélago (direito de voto para a ALRA e as autarquias locais, por exemplo).
Depois, têm permitido que a bandeira dos Açores fique por içar nos edifícios militares da Região.
Embora, como lembram - e bem - os deputados do PSD na Assembleia da República, Mota Amaral e Joaquim Ponte, em requerimento, “o Estatuto, aprovado pela Assembleia da República, não isente quaisquer edifícios públicos do uso da bandeira regional".
E agora, esta dos caças norte-americanas e da pretendida zona de treino...
Tudo feito à socapa dos açorianos, tudo pela calada, com acordos de princípios sem consultas a ninguém, com anúncios de uns e desmentidos de outros, com leviandade, com irrealismo, sem legitimidade.
Mas os açorianos já sabem quem são os que sempre os atraiçoam.
E não vão esquecer.

2 comentários:

Maria Amélia Campos disse...

Li o vosso artigo, intitulado "Fazer a Vontade a Natália", o qual denuncia uma traição feita à poetisa, manifestando o total desrespeito pela sua vontade expressa. Por isso vos remeto este meu soneto a Natália, intitulado "Voz Irada":

Junto as letras, apontando-as dedo a dedo,
P’ra dar voz a teus gestos libertários.
Do teu riso, só tu sabes o segredo
Que flameja em teus restos funerários.

Jaz em telas de adulados cambiantes,
O teu corpo em perpétua reclusão,
Possuído dos olhares que houve dantes,
De uma póstuma e inflamada ingratidão.

Novos donos impediram o teu arcano,
De quebrar do mistério o eterno engano,
E soltar tuas cinzas prisioneiras.

Chispa ainda uma fúria agrilhoada,
Que em teu vaso faz ouvir a voz irada,
De um vulcão soluçando nas caldeiras.
Maria Amélia Campos
Dezembro de 2006

J. disse...

Cara Sra. Dra. Maria Amélia Campos, muito obrigada pelo seu comentário e pelo seu empenho na defesa da vontade de Natália Correia.
Com sua licença, vou colocar este poema em post, com uma referência à sua mensagem.
Obrigada