domingo, 28 de setembro de 2008


Costa Neves, líder do PSD/Açores, em entrevista ao Expresso:

(...) O Estatuto dos Açores foi colocado fora do debate político-partidário porque foi feito por todos os partidos com assento parlamentar. Hoje não lhe sei dizer que artigo é que teve origem no PS ou no PSD ou no CDS. Quando o diploma chegou à AR, em Maio, o Presidente avisou várias entidades, nomeadamente o PSD - e, através do seu chefe da Casa Civil, a mim próprio -, sobre o que lhe causava certas dificuldades. Sobretudo o que, no Estatuto, lhe atribuía obrigações que a Constituição não lhe atribuía e isso ele não podia aceitar. Formulámos um conjunto de propostas de alteração na AR que o PS votou contra, tendo recebido os mesmos recados do PR que nós, que os considerámos justificados. Porque é que votou contra? E votou as suas trinta propostas de emenda? O PR não pôs, por exemplo, em causa que o Estatuto utilizasse a expressão "povo açoriano". Quem a pôs em causa foi o PS, não fomos nós.
(...)
Expresso: O problema está na Constituição?
Costa Neves: Está. A Constituição é centralista e preconceituosa em relação às regiões autónomas. Alberto João Jardim tem razão quando diz que não vale a pena alterar o Estatuto enquanto não se alterar a Constituição. Agora, responsabilizar o Presidente pelo que a Constituição diz e por ele defender a Constituição é o caminho errado, é o caminho do PS. Quem fez veto político em relação ao Estatuto dos Açores foi Mário Soares.


Fonte do texto e da imagem: Expresso

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